domingo, 15 de maio de 2011

"CRACK: MITOS E REALIDADE"

Nilza Santos, MMM, integrante do Projeto Consolação, participou da palestra do Fórum Interinstitucional sobre Adolescência e Drogas, no dia 13 de maio, na sede do CETAD/UFBA. O tema da discussão era: “Crack: mitos e realidade”, tendo como expositor Dr. George Gusmão Soares – CETAD/UFBA. Nilza Santos nos conta: "A palestra foi muito informativa e educativa. Duas coisas se destacaram para mim: segundo o palestrante, não é a droga que mata, mas sim o tráfico de drogas que mata. É o contexto das drogas com toda a sua violência que leva o jovem ao homicídio. O segundo ponto importante que levo da palestra é que os jovens envolvidos com drogas são muito estigmatizados. É triste ver os jovens usuários sendo excluindo da sociedade. Eles precisam da nossa acolhida e ajuda. Eles necessitam o nosso apoio através de políticas públicas voltadas para a recuperação dos dependentes psicoativos, e isso através de investimentos em clínicas especializadas para reestruturação". Dr. Soares explica com muito detalhe os tipos de drogas e os seus efeitos no organismo humano. Ele fala das consequencias das drogas na familia nuclear e na sociedade brasileira em si. Dr. Soares traz todo o histórico das drogas, desde o uso cultural pelo povo indígena até o uso moderno na população norte-americana e europeia. Enfim, o enfoque dele é a realidade brasileira. A palestra nos leva a bairros como Cracolândia em São Paulo, deixando muitos questionamentos em volta da efetividade do controle da segurança pública. Os usuários são expulsos destes locais e aclomerados sem nenhum tratamento profissional. Uma vez que quando têm chance, eles voltam para esses locais e continuam se autodestruindo, sendo assim julgados e excluídos pela população.

Responsabilidade de quem?

Interessante e muito profundo se mostra Dr. Soares com a sua pesquisa e experiência ampla e pessoal com pacientes em relação ao tema. Ele traz um artigo crítico de Ricardo Henrique Andrade, professor de filosofia da Universidade Federal de Recôncavo da Bahia, titulado "Retórica dos números".
Neste artigo, o autor questiona: "Até quando vamos demonizar as drogas? Com esta atitude deixamos de discutir, com franqueza, o seu uso!... Declarar guerra às drogas é retroalimentar uma política de violência que nos atinge a todos, usuários ou não, de drogas lícitas ou ilícitas." Um outro questionamento muito claro é: "O que se quer mesmo dizer com a expressão: 'Responsável por 80% dos homicídios'? De que tipo de responsabilidade se fala? A do traficante? A dos usuário?".
Observação: Colaboração Nilza Santos e Projeto Consolação

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