Espaço de Oração

Penso nas Marias do meu bairro
(Salmo por Nilza Santos, MMM)


Penso nas Marias do meu bairro e me alegro ao encontrá-las nas ruas e vielas desejando-me um bom dia irmã, outras vezes me acolhendo na varanda de suas casas refrescando a minha garganta com aquele copo de água fresca que revigora as forças.


Penso nas Marias do meu bairro, são mães meninas que cobre suas face com mãos, pois carregam historias de ter gerado tão jovem, ou ter que afagar o fruto do seu ventre quando ainda ansiavam esse afago.

Penso nas Marias do meu bairro são mulheres fortes... Imagino que por serem tão fortes, caminharam e caminham incansavelmente com as feridas de suas próprias vidas.

Penso nas Marias do meu bairro, relembro os seus rostos negros, marcado por tanto sofrimento que as afligem pela violência tão crua que lhes cercam e alcança sua família e seus vizinhos.

Penso nas Marias do meu bairro e assim recordo seus olhares que clama por consolo e grita por um pouco de paz e justiça, uma paz que alcance os lares e o coração de todas as pessoas e para que assim possam viver em harmonia.
Penso nas Marias do meu bairro, são mulheres parteiras do verbo que foi gerado inesperadamente de forma não tão divina, mas bem humana.
Penso na Marias do meu bairro, são mulheres hospitaleiras que deixam tudo o que lhes é mais precioso aos pés daqueles aquém lhes respeitara e trouxera de volta o valor do ser mulher, alguém que lhe reconhecera como protagonista das historias de salvação dos nossos dias.
Penso nas Marias do meu bairro e fico imaginando que poderia ser chamadas de Sara, a matriarca, mãe e companheira fiel do nosso pai da fé Abraão, mulher de garra e de fibra que deixam sua marca na historia por ser parte dessa historia.
Penso nas Marias do meu bairro e fico pensando que deveria ser chamada de Judite, pois são mulheres que ainda enfrentam o rei Nabucodonosor de nossos tempos e que não desanima, diante do sistema opressor que vivem, são mulheres que com sua criatividade dão suas vidas para resgatar vida dos jovens marginalizados e que estão submetidos no mundo das drogas. 
Penso nas Marias do meu bairro e penso que deveria ser chamadas de Rute que transcende em um amor de Deus e que não é nacionalista nem exclusivista, mas que luta por liberdade e vida para todos que estão oprimidos.
Penso nas Marias do meu bairro e fico pensando na viúva órfã que no cofre do templo depositava tudo o que tinha, todo o seu suor e sangue e assim ganhou admiração do Mestre da Vida.
Penso nas Marias do meu bairro e recordo Maria, irmã de Lazaro que recebeu o hóspede em sua casa e depositou toda sua confiança sentando-lhes aos pés para ouvir historias que dão forças e geram vida, historias que revitalizam o caminhar.
Penso nas Marias do meu bairro e lembro-me da maior e mais simples mulher que já pisou nesta terra, uma mulher experta na arte de educar, a mulher mais criativa que usou de pouco conhecimento humano para corrigir.


Penso na mulher que é conhecida hoje por tantos títulos por crentes e descrentes, mas que é selada por tamanha humildade que adquirira do meio simples, lá da vila de Nazaré, onde nasceu e cresceu e onde vivia com pessoas sem vez, sem voz, sem até mesmo muito prestígio. 
Mesmo com rostos diferentes mas com a mesma garra e fibra, talvez possamos chamá-las todas de Maria de Nazaré.
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"Converte o nosso luto em alegria e as nossas dores em bem-estar!" (Ester 4,17)
Convidamos a lembrar-se das mães e suas famílias que perderam os seus filhos, as suas filhas, violentamente.
Que a dor que sentem não seja uma dor sofrida no isolamento,
mas que todos(as) nós possamo-nos solidarizar com elas através de poucos minutos de silêncio,
criando um espaço nos nossos corações para estas famílias sofridas.











Jesus Cristo nos diz: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve." (Mt 11,28-30). 
Que cada pessoa enlutada possa se sentir acolhida por nós.
Que através da partilha, ela encontre descanso e alívio.


Permitamos que a Sagrada Escritura nos toque nestes poucos momentos:









Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação; que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus... 
E a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.”
(2 Cor 1,3-7)



Coloquemos agora os nomes das pessoas pelas quais queremos interceder:




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Nós somos instrumentos da Vossa Paz.
Que possamos cantar:
“Consolar que ser consolado,
compreender, que ser compreendido,
amar que ser amado,
pois é dando que se recebe,
e perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna!”
Fechemos os olhos por uns momentos e entregamo-nos junto com todas as pessoas nesta situação da perda nas mãos de Deus,
confiando novamente no amanhã e acreditando que a esperança não nos confunde.


Se for possível, abraçamos uma pessoa e desejamos paz despertando e espalhando a esperança no meio de nós.