terça-feira, 23 de agosto de 2011

Presença discreta e silenciosa

"Em determinadas situações, mais do que consolar com palavras o/a irmão/a irmã que sofre, importa ser uma presença amiga a seu lado, mesmo que tal irmão/irmã pareça fechado/a em sua dor. Quando alguém está envolvido por um grande sofrimento, temos a impressão de que não conseguimos atingi-lo/a. Engano nosso. Uma presença discreta e silenciosa, marcada pelo desejo de comunhão, é, ao mesmo tempo, consolo e força, bálsamo e luz. Pode ser que num primeiro momento nossa presença nem seja percebida; aos poucos, contudo, faz nascer na pessoa que sofre a certeza de que não está só. É possível que, mesmo assim, ela não entenda o sofrimento que está enfrentando, mas certamente conseguirá superá-lo com mais rapidez e aproveitará melhor as lições daqueles momentos. Portanto, quando você perceber que não tem palavras para consolar o/a amigo/a que sofre; quando a vida reservar provas duríssimas para aqueles/as que lhe são caros/as; quando se encontrar diante de alguém que parece perdido em meio à densa escuridão, não se preocupe em lhe falar. Evite, mesmo repetir aquelas frases que estão tão marcadas pela formalidade que podem até ser uma insulto à dor do irmão. Em momentos assim, a grande mensagem será a sua presença. Se seu/sua amigo/a não tiver fé, esse gesto de comunhão será para ele/a uma rica experiência de solidariedade e amor...". Assim nos escreveu no seu artigo dominical, D. Murilo Krieger, arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil. Assim também nós do Projeto Consolação podemos perceber nas nossas visitas dominciliares e nos encontros na Casa Consolação. Que as pessoas visitadas possam sentir nossa solidariedade através da nossa presença discreta e silenciosa.
Fonte: A TARDE, 21.08.2011 "Os amigos de Jó", por Dom Murilo Krieger

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